Fim do mundo ! Não ? Que a educação do século XXI possa nascer ! A revolução começou !

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Sem sombra de dúvidas 2012 foi um ano estranho .O fim do mundo tão anunciado e, segundo alguns, predito pelos Maias não aconteceu .Digo segundo alguns porque para outros os Maias sequer acreditavam em fim do mundo ,eles acreditavam em ciclos que se completavam e finalizavam para que outros surgissem e se vocês me perguntarem em qual dessas teorias eu acredito  ,direi ,agora com muito mais certeza que antes ,pois testemunhei o não fim do mundo, que a nossa história é realmente feita de ciclos . 2012 foi um ano de fechamento de um ciclo, a educação secular como a conhecemos até agora, não serve mais para a era da participação  e 2013 será um novo começo para a educação no Brasil e no mundo. Nunca vi tanto debate ,tanta gente refletindo e buscando o melhor para a educação como vi este ano e finalmente vi, no meu país, uma chamada séria ,um esforço sobrenatural para fazermos uma educação melhor . A educação está se renovando, jamais esteve tão presente na mídia. Uma nova concepção de aprendizagem desenvolvida há 5 anos ,floresceu : O Conectivismo, desenvolvida por George Siemens ,pesquisador e professor canadense e seu colaborador também pesquisador e professor Stephen Downes, tenta dar conta da nova realidade com a qual nos deparamos , a tecnologia finalmente e definitivamente entrou no cotidiano das salas de aula ,nas conversas nas salas de professores  ainda que em alguns lugares de forma muito tímida…A educação bilíngue finalmente sendo levada a sério e com um propósito de chegar a todos ,desvinculando-se do seu ranço elitista  .Nos demos conta de que somos uma sociedade em rede, a escola levou um susto ao perceber que se aprende (e muito !) fora dela…As academias virtuais surgiram e qualquer pessoa que domine um assunto pode virar professor na internet. Quantos novos termos  foram inseridos no vocabulário dos educadores? Educação disruptiva, ensino híbrido,recursos abertos ,aprendizagem social, colaborativa ,ambientes pessoais de aprendizagem e suas redes ,realidade aumentada , aprendizagem rizomática, flipped learning (ninguém criou ainda uma tradução deste termo para a língua portuguesa), conectivismo ,mobile learning, gamificação, BYOD, life long learners (aprendizes para toda a vida !),professor curador e não dono do conhecimento … Ufa ! Não é que isso tudo foi criado em 2012,mas se tornou rotina discutir sobre isso . O ano foi mesmo de aprender, desaprender e reaprender… Porém ,nenhuma palavra esteve tão presente nas discussões sobre educação este ano quanto  esta palavra  : Mooc.

MOOC ,sigla em inglês para   cursos online para massas  (para grande número de participantes ).A discussão que rodeia o universo dos moocs  é relevante pelo caráter disruptivo que existe no formato em que estes cursos são apresentados( sua escalabilidade, utilização da participação e da colaboração como motores para a aprendizagem, não oferecem créditos e não são pagos mas promovem autoaprendizagem ) significando uma quebra total de paradigmas em um universo 

  • até então quase sagrado queera o universo do ‘fazer educação superior’ em um momento em que esta enfrenta uma crise  preocupante em todo o mundo não só no âmbito econômico mas também na sua concepção  e sua validade para o século XXI.   Sem falar na pressão feita pela mídia ao prestigiar os dropouts ,termo em inglês utilizado para denominar aquelas pessoas que se deram bem após perceberem que a faculdade não servia para elas…
  • Em uma data mais cabalística,impossível,12/12/12 com transmissão finalizada às 12:12 horas (horário de Brasília) ,tive a oportunidade de participar da sessão de encerramento das atividades síncronas do  primeiro MOOC em língua portuguesa ,que estuda a história da educação a distância e que tem a curadoria dos professores João Mattar e Paulo Simões.
  • Entre as discussões sobre o percurso e os avanços da educação a distância até agora também foram discutidos o próprio formato do curso ,desenvolvido em diferentes plataformas com atividades síncronas a assíncronas e com recursos abertos, a importância de desenvolver mais cursos neste formato em língua portuguesa , pois sabemos que a grande maioria dos moocs são ministrados em língua inglesa  visto que as faculdades que são pioneiras na criação deles são americanas( Harvard e MIT ) e a dificuldade que os estudantes brasileiros tem de acompanhar  e participar dos cursos devido a barreira do idioma , além da importância da difusão da língua portuguesa através da produção de conhecimento.
  • Por ser propositadamente produzido com recursos abertos o Mooc EAD não está encerrado ,as discussões continuam através da construção da wiki sobre o curso ,sua comunidade no google + e a timeline do curso no facebook.
  • Várias startups ligadas às universidades pioneiras na implementação dos moocs foram criadas para promovê-los gerando  consórcios de universidades apostando na lucratividade dos cursos devido a sua escalabilidade. São elas Udacity, Coursera e Milhares de cursos estão sendo ofertados com início em janeiro de 2013.

Com tanta coisa sendo discutida e debatida na educação em 2012 alguns gurus afirmam que para 2013 veremos quais tendências realmente se consolidarão e funcionarão nas salas de aula mundo afora .Sobre os moocs, as discussões que continuam são sobre sua capacidade de gerar lucros para as instituições de ensino superior ou se haverá alguma iniciativa contra eles ,criada por aqueles que acreditam  que os moocs sejam apenas uma moda passageira além dos  desafios que surgirão para provar sua efetividade visto que este modelo também possui suas limitações. Como disse o professor canadense  Henry Mintzberg, “Aprendizagem não é fazer, mas refletir sobre o que está sendo feito.” A revolução já começou, estamos fazendo ,refletindo e buscando. Seja bem-vinda Educação do século XXI ! É um prazer conhecê-la !

Outras referências :

MOOC, uma revolução em curso